Dicas Fluxbox

Introdução

O Fluxbox é um excelente gerenciador de janelas (ou ambiente gráfico) para o Sistema Operacional Linux, justamente por ser limpo e de fácil configuração. Vou te ensinar a deixar o fluxbox como sendo sua opção número 1 com dicas simples.

Vantagens:

- Rapidez
- Facilidade de configuração
- Alta personalização

Desvantagem

- Perde-se a facilidade drag and drop do Desktop, mas você pode brincar disso usando um gerenciador de arquivos qualquer.



Para começarmos a personalizar recomendo que você tenha instalado no Linux:

- Fluxbox é claro! (^_^)
- xev
- screenlets
- thunar
- O ambiente gráfico Xfce (vamos tirar umas coisinhas dele)

Os arquivos de configuração do Fluxbox

Os arquivos de configuração do fluxbox (e dos programas Linux em geral) ficam ocultos dentro do seu diretório pessoal (/home/seu_nome). O que significa isso? Os arquivos ou diretórios ocultos são criados digitando um pontinho antes do nome, ou seja se você renomear um arquivo ou diretório para algo do tipo .arquivo ele passa a ficar oculto.  Para você acessar esses arquivos no seu gerenciador de arquivos (nautilus ou thunar), basta apertar as teclas Ctrl e h simultâneamente. No dolphin do Kde se não me engano é Ctrl e . (ponto). De qualquer forma no menu dos gerenciadores de janelas você encontra a opção para mostrar arquivos ocultos.

Então abra o seu gerenciador de arquivos favorito e procure lá no seu home um diretório oculto .fluxbox e abra o mesmo.

Lá você verá e poderá editar os seguintes arquivos:

apps - configurações sobre como a janela de um programa específico deverá ser exibida, tipo: sem borda, maximizada, minimizada, larguraXaltura específicos, posicionamento na tela, etc...

init - configurações gerais de todo o ambiente fluxbox, painel, transparência, etc...

keys - teclas de atalho são definidas neste arquivo.

lastwallpaper - o último wallpaper fica registrado aqui.

menu - Ítens do menu que aparece quando clicamos com o botão direito do mouse sobre a tela.

startup - Programas que iniciam com o fluxbox.

E alguns arquivos que não serão tratados aqui.

Colocando uma imagem no background do Desktop

Clique com o botão direito sobre a tela e vai abrir o menu fluxbox. Procure nos ítens relacionados um terminal qualquer (como o xterm ou gnome-terminal). Pode ser que esteja em Aplicativos -> Emuladores de terminal dependendo da sua distro. Se não, aperte as teclas de atalho Alt e F2 simultâneamente, abrirá uma caixinha para executar um aplicativo que deseja, no caso, digite xterm e aperte a tecla Enter. Abra o thunar também para procurar uma imagem bem bonita para colocar de fundo.

Com o terminal aberto, digite cd /home/seu_nome/diretório_das_imagens (lembrando que você não vai digitar literalmente seu_nome/diretório_das_imagens e sim digitar os nomes que são de fato.)

Uma vez executado o comando cd (change directory) para onde estão as imagens,  vamos executar o comando fbsetbg (fluxbox set background) com alguns parâmetros. Vamos supor que dentro deste diretório eu tenha uma bela imagem chamada passaro.jpg. Simplesmente basta digitar fbsetbg passaro.jpg para mudar o fundo para esta figura. Podemos usar alguns parâmetros interessantes, como:

-f (full) Essa opção deixa o wallpaper na tela toda. Ex.: fbsetbg -f passaro.jpg

-c (centered) Essa opção centraliza o wallpaper. Ex.: fbsetbg -c passaro.jpg

-t (tiled) Essa opção coloca um pequeno wallpaper ladrilhado (lado a lado). Ex.: fbsetbg -t passaro.jpg

-a (maximized) Essa opção coloca o wallpaper maximizado (ampliado). Ex.: fbsetbg -a passaro.jpg

-r (random) directory Essa opção coloca um wallpaper aleatório de um diretório escolhido. Ex.: Ex.: fbsetbg -r /home/seu_nome/diretório_das_imagens

Turbinando o Desktop

1 . Mudando a barra e o menu

Para deixar o nosso Desktop visualmente bonito, primeiro vamos clicar com o botão direito do mouse diretamente sobre a tela e clicar no submenu Styles. Escolha um estilo que lhe agrade visualmente. Estou usando um chamado twice.


Agora, essa barra debaixo quando abrimos um aplicativo qualquer, ocupa uma posição centralizada na barra. Eu como sou um pouco tradicionalista, gosto que os aplicativos vão se agrupado à esquerda na barra. Para isso, clicamos com o botão direito do mouse sobre a barra embaixo e na opção "Modo da barra de janelas" escolhemos a sub-opção "à esquerda". Você pode também posicionar a barra nos 4 cantos da tela, basta clicar com o botão direito sobre a barra e na opção "posicionamento" escolher onde você deseja que fique a barra. Eu gosto embaixo no centro mesmo.

Existem outras opções que você pode explorar quando clica com o botão direito do mouse sobre a barra, mas não vou me ater a isso. Deixo para que você mesmo experimente.

2 . Abrindo aplicativos com o Fluxbox

Antes de começarmos a editar arquivos, primeiro temos que saber como abrir um terminal ou editor de texto. O jeito mais fácil é usarmos as teclas de atalho Alt e F2 simultâneamente. Abrirá uma caixa onde você digita o nome do programa que deseja abrir e tecla Enter. Experimente digitar xterm e apertar Enter. Vai executar o emulador de terminal xterm. Outra maneira que você pode optar por abrir aplicativos é pelo menu Fluxbox que aparece quando clicamos com o botão direito sobre a tela. Como isso vai facilitar bastante a nossa vida, vamos criar entradas nesse menu.

3 . Editando o arquivo Menu do Fluxbox

Vamos então apertar as teclas Alt e F2 simultâneamente, e digitar no campo de texto o nome do seu editor de texto favorito (Eu gosto muito do geany, mas como não vem instalado, você pode optar pelo kedit, gedit, mousepad ou o que estiver fácil.)

Obs.: você pode usar o próprio Menu do Fluxbox para achar um editor.

Então vamos abrir o editor apertando as teclas Alt e F2 simultâneamente e digitando na caixa o nome do seu editor e o caminho para o arquivo que vamos editar. Ex.:

gedit ~/.fluxbox/menu

Vai abrir o gedit com um texto parecido com esse:

[begin] (fluxbox)
[separator]
[include] (/etc/X11/fluxbox/fluxbox-menu)
[end]

Vamos incluir umas linhas e deixar ele assim:


[begin] (fluxbox)
[exec] (Firefox) {/usr/bin/firefox}
[exec] (Terminal) {/usr/bin/gnome-terminal}
[separator]
[include] (/etc/X11/fluxbox/fluxbox-menu)
[end]


Vou te explicar o que adicionei. São 2 linhas para incluir entradas no Menu Fluxbox para executar o Firefox e o Terminal do Gnome. Pode parecer complicado a primeira vista, mas é bem simples. O princípio é o mesmo par tudo que quiser adicionar no menu. Uma ação [exec], (o nome que será mostrado no Menu), e {o caminho para o comando no sistema}.

Obs.: Você pode achar o caminho para o executável de um programa abrindo um terminal qualquer (pode ser o xterm) e digitando: whereis nome_do_aplicativo. Ex.: whereis thunar

Já que estamos falando de um gerenciador de arquivos, o Thunar, vamos adicionar o mesmo no menu:

[exec] (Thunar) {/usr/bin/thunar}

Beleza! Já temos a facilidade de clicar com o botão direito sobre a tela e escolher um aplicativo personalizado para executar.

4 . Editando o arquivo startup

A função desse arquivo é de executar aplicativos com o início do Fluxbox. Sempre que colocar uma linha é necessário adicionar o símbolo & no final que significar executar o programa em segundo plano e não atrapalhar o fluxbox. Meu startup tem essas entradas que explicarei a seguir:

gnome-settings-daemon &
idesk &
orage & orage -t
xscreensaver -no-splash &
volumeicon &
nm-applet &
 
O gnome-settings-daemon faz parte do gnome, mas porque eu coloquei ele aí? É por causa dos temas do gnome. Sem isso os diretórios ficam sem vida, com aquele tema padrão. Ele faz carregar alguns elementos visuais interessantes.

O idesk é um aplicativo que mostra ícones na área de trabalho, totalmente dispensável, mas é mais uma forma de colocar umas coisinhas a mais no fluxbox. Como funciona o idesk? O idesk para funcionar adequadamente, você tem que tem um diretório chamado .idesktop no seu diretório pessoal (na sua pasta /home/seunome). Dentro deste diretório (~/.idesktop) tem que ter um arquivo para cada ícone na área de trabalho (eles poderiam ter melhorado isso, mas enfim...) e cada arquivo tem um nome e uma extensão .lnk. Eu criei 3 destes arquivos (home.lnk, internet.lnk e terminal.lnk) que mostram 2 ícones na tela. Veja a seguir o conteúdo deles:

home.lnk:

table Icon
  Caption: Home
  Command: /usr/bin/thunar
  Icon: /usr/share/icons/oxygen/64x64/places/user-home.png
  Width: 48
  Height: 48
  X: 30
  Y: 30
end

Internet.lnk:

table Icon
  Caption: Firefox
  Command: /usr/bin/firefox
  Icon: /usr/share/icons/oxygen/64x64/apps/internet-web-browser.png
  Width: 48
  Height: 48
  X: 30
  Y: 120
end


Terminal.lnk:

table Icon
  Caption: Terminal
  Command: /usr/bin/gnome-terminal
  Icon: /usr/share/icons/oxygen/64x64/apps/utilities-terminal.png
  Width: 48
  Height: 48
  X: 30
  Y: 210
end


Não sei se você tem o tema oxygen instalado, mas você poderá editar, colocar novos ícones, mudar o ícone(icon), posicionamento(x,y), tamanho(width,height) e etc... É uma tarefa árdua acertar o posicionamento dos ícones, mas no final vale a pena.

O Orage fornece um calendário que é de extrema utilidade. Para ficar maneiro mesmo você terá que configurar ele clicando com o botão direito sobre ele escolhendo preferências e na guia "janela do calendário" você pode desmarcar Mostrar bordas, mostrar na barra de tarefas, manter acima, mostrar no paginador e escolher na Inicialização do calendário, esconder. O resto tudo deixa marcado. Enfim, você pode deixar do seu jeito.

O xscreensaver é o protetor de tela que você executa com o comando xscreensaver-demo para configurar e você pode criar ações personalizadas tipo xscreensaver-command -lock que é para bloquear a tela.

O volume-icon é um aplicativo que mostra aquela caixa acústica na barra e você clica sobre ela e configura o volume, etc...

O nm-applet é para mostrar o ícone de configurar as redes. Sem isso pode ficar complicado adicionar uma rede wi-fi por exemplo.

5 . Adicionando atalhos de teclado personalizados

Você sabe que no windows para executar o windows-explorer é só pressionar a tecla da bandeirinha do windows (super ou win) e a tecla e simultâneamente. Nós podemos configurar algo do tipo no fluxbox. (A diferença é que por algum motivo essa combinação em particular não funciona simultaneamente, você aperta a tecla win e em seguida e.) Vamos lá então, abra seu arquivo keys dentro de ~/.fluxbox e adicione a linha:


Super_L e :Exec thunar

Explicação:  A tecla Super (tecla win) Left (da esquerda) com a tecla e executa o thunar. Simples não? Você tem teclado multimídia? Com a ajuda do xev você descobre o código das teclas para colocar neste arquivo. Por exemplo as teclas de volume no meu notebook são 176, 174,160 (+,- e mute). Então fica assim no arquivo keys:

176 :Exec amixer sset Master,0 1+
174 :Exec amixer sset Master,0 1-
160 :Exec amixer sset Master,0 toggle

No mais é isso galera, você sabe que existe esperança além do Gnome, XFCE, KDE, etc... Com Fluxbox o computador fica leve e você fica mais efetivo.

Um abraço e até a próxima!